Esse é o pontapé inicial: algumas sugestões de ciclos de filmes para serem exibidos aqui no nosso mais-que-sebo-na-real-centro-cultural-recreativo. Uma seleção feita a partir do meu acervo, e baseada num critério muito simples: filmes que ainda não vi, e estou doido pra ver!
As sessões acontecerão às segundas-feiras, às 19h.(Gratuitas, claro, como qualquer evento que realizamos aqui.) Com intervalo de 15 minutos às oito: última chance para quem quiser correr na pizzaria, pra comprar uma cerva e tal, ou fumar um cigarro, porque depois disso a gente tranca a porta e aí só quando acabar o filme.
Cada semana do mês será dedicada a um ciclo. Quando houver uma quinta segunda-feira do mês a noite será aberta, e resolvida no voto: todo mundo fica à vontade pra trazer um filme, e na hora a gente escolhe, democraticamente!
A primeira segunda-feira de cada mês terá curadoria da nossa amada Dona Marisa, nossa guru em se tratando se Sétima Arte.
Queremos que a comunidade nos ajude a escolher quais ciclos faremos primeiro. Há apenas um ciclo que já decidimos realizar: justamente esse primeiro, de romances adaptados para telão, que ocupará a segunda segunda-feira desses primeiros meses. Ou seja: a farra cinéfila começa no dia 11 de janeiro de 2016.
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IMPORTANTE: não exibiremos filmes inéditos nos cinemas, ou que ainda estão em cartaz, ou ainda que acabaram de sair de cartaz! A idéia NÃO É baixar os filmes e reunir os amigos aqui, pra evitar as salas de cinema tradicionais! Adoramos as salas tradicionais e acreditamos na importância de mantê-las cheias. Este será um espaço para títulos que dificilmente entrariam numa mostra, mesmo nos festivais ou nos centros culturais tradicionais.
IMPORTANTE: não exibiremos filmes inéditos nos cinemas, ou que ainda estão em cartaz, ou ainda que acabaram de sair de cartaz! A idéia NÃO É baixar os filmes e reunir os amigos aqui, pra evitar as salas de cinema tradicionais! Adoramos as salas tradicionais e acreditamos na importância de mantê-las cheias. Este será um espaço para títulos que dificilmente entrariam numa mostra, mesmo nos festivais ou nos centros culturais tradicionais.
ROMANCES ADAPTADOS PARA O CINEMA:
“O Falcão Maltês / The Maltese Falcon”, 1941, dirigido por John Huston, baseado no romance de Dashiell Hammett, com Humphrey Bogart
“A Dama de Shanghai / The Lady of Shanghai” , 1948, estrelado, dirigido e produzido por Orson Welles, baseado no romance de Sherwood King
“La Virgen de los Sicarios”, 2000, dirigido por Barbet Schroeder, baseado no romance de Fernando Vallejo
“O som e a Fúria / The Sound and The Fury”, 1959, dirigido por Martin Ritt, baseado no romance de William Faulkner
“1984”, 1956, dirigido por Michael Anderson, baseado no romance de George Orwell
“Esse obscuro objeto do desejo / Cet obscur objet du désir”, 1977, de Luis Buñuel, baseado no romance “La Femme et le Patin” de Pierre Louys (publicado em 1898). A obra teve outras 2 adaptações para o cinema: “O Diabo feito mulher” (por Josef Von Sternberg, com Marlene Dietrich, em 1935) e “la Femme et Le patin” (por Julien Duvivier, com Brigitte Bardot, em 1959).
“Orlando”, 1992, dirigido por Sally Porter, com Tilda Swinton, baseado no romance de Virginia Woolf
“Ferrugem e Osso / Rust and Bone”, 2012, dirigido por Jacques Audiard, baseado no romance homônimo de Craig Davindson.
“Por uma vida melhor / Away we go”, 2009, dirigido por Sam Mendes, roteiro de Vendela Vida e Dave Eggers, dois dos mais celebrados jovens romancistas norte-americanos da atualidade
HOLLYWOOD, LADO B
“The Wedding Party”, 1963, dirigido por Brian De Palma, com Jill Chayburg, Jennifer Salt e Robert deNiro – em seu primeiro longa-metragem: Filme independente resultado do esforço de dois professores de teatro, Sarah Lawrence e Willford Leach, desejosos de dar o pontapé inicial na carreira de dois de seus alunos: Brian De Palma e Cynthia Monroe. Só foi lançado em 1969, depois do sucesso de De Niro no circuito off-Broadway e do filme “Greetings”. Trata-se de uma comédia sobre um noivo prestes a se casar, atormentado pelos dois melhores amigos, que tentam convencê-lo de que aquela é uma má idéia.
“Saudações / Greetings”, 1968. O primeiro filme de Brian de Palma foi “Murder a la Mod”, que estreou uns meses antes, em apenas um cinema nova-iorquino, ficou em cartaz por muito pouco tempo, e que foi logo perdido, para se encontrado, recuperado e relançado só no início deste nosso século. “Saudações” é seu primeiro longa-metragem , e também o filme que provou aos capitães da indústria que aquele era um cineasta comercialmente viável, ainda que De Palma estivesse usando técnicas muito inovadoras e ousadas, nitidamente influenciado por Godard. Robert De Niro interpreta nesta comédia o típico jovem da contracultura que tenta se livrar do alistamento militar e escapar da Guerra do Vietnã.
“Quem bate à minha porta? / Who is knocking at my door?”, 1967, estréia de Martin Scorsesena direção de longas-metragens e do ator Harvey Keitel na telona. Nasceu como “Bring on the Dancing Girls”, um curta universitário filmado em 1965. Scorsese acrescentou cenas e o lançou de forma independente dois anos depois, rebatizando-o como “I call first”, recebendo elogios entusiásticos do crítico Roger Ebert , vencendo o Festival de Cinema de Chicago em 1968. Pouco depois o distribuidor Joseph Brenner se interessou pelo filme, mas exigiu que fossem acrescentadas cenas mais picantes, afim de aumentar o apelo comercial do filme. Daí uma das cenas mais incríveis da película, a das várias mulheres se alternando na mesma cama, enquanto a câmera gira em torno de JR: filmada em Amsterdã, com um Harvey Keitel nitidamente mais velho!
“O Fundo do Coração / One from the Heart“, 1982, dirigido por Francis Ford Coppola, trilha sonora de Tom Waits e Cristal Gayle. Com Frederic Forrest, Teri Garr, Raul Julia e Nastassja Kinski. Inteiramente filmado em estúdio, com ares de homenagem aos anos de ouro da Broadway e à Hollywood de outrora, foi absolutamente renegado pelo público e pela crítica na época, levando Coppola mais uma vez à falência.
“Louco de Amor / Fool For Love”, 1985, dirigido por Robert Altman, roteiro de Sam Shepard, estrelado por Sam Shepard e Kim Bassinger
“Matador de Ovelhas”, 1979, dirigido por Charles Burnett, um marco na filmografia sobre questões negras e sociais nos tumultuados anos 70
“Faca na Água/ Nóz w Wodzie”, 1962 , primeiro longa-metragem de Roman Polanski, produzido ainda na Polônia, logo após o diretor ter concluído os estudos na famosa escola de Cinema de Lodz
“Armadilha do Destino / Cul-de-Sac”, 1966, roteiro de Gerard Brach e Roman Polanski (a mesma dobradinha de “Repulsa”, realizado um ano antes, e de “A Dança dos Vampiros”, realizado no ano seguinte), dirigido por Roman Polanski. Jacqueline Bisset faz uma pequena ponta, em sua segunda experiência na tela grande.
CINEMA EUROPEU
“O inferno / L´Enfer de Henri-Georges Clouzot”, com Romy Schneider, Serge Reggiani, Bérénice Bejo e Jacques Gamblin. Projeto mirabolante de 1964 que foi interrompido depois de 3 semanas de filmagens, para ser remontado 40 anos depois, numa linguagem que confunde ficção e documentário, graças aos cineastas Serge Bromberg e Ruxandra Medrea.
“Zazie no Metrô / Zazie Dans Le Metro”, 1960, de Louis Malle.
“A Moça com a Valise / la ragazza com la valiglia”, 1960, dirigido por Valerio Zurlini, com Claudia Cardinale e Jacques Perrin.
“A vida é um milagre”, 2004, de Emir Kusturica– o realizador de “Gato preto, gato branco” e “Underground”.
“Teorema”, 1968, de Pier Paolo Pasolini, com Silvana Magano e Massino Girotti.
“Os Companheiros / I Compagni”, 1963, de Mario Monicelli, estrelando Marcello Mastroianni.
“Casanova ´70”, 1965, de Mário Monicelli, com Marcello Mastroianni, Virna Lisi, Marisa Mell, Enrico Maria Salerno e Liana Orfei.
“Desde que Otar partiu.... / Depuis qu´Otar Parti...”, 2003, de Julie Bertuccelli
“Cópia Fiel/ Copia Conforme”, 2010, de Abbas Kiarostami, com Juliette Binoche, William Shimell, Jean-Claude Carrière e Agathe Bathanson.
“Aquele Caso Maldito / Um Maledetto Imbroglio”, de Pietro Germi, com Claudia Cardinale, Saro Ruzi, Claudio Gora e Eleonora Rossi Drago.
ROCK´N´ROLL
“Masked and Anonymous”, 2003, roteiro de Sergei Petrov e Rene Fontaine, dirigido por Larry Charles, música original de Bob Dylan. Fábula bem-humorada sobre o músico Jack Fate, interpretado por Bob Dylan. O elenco ainda inclui Jessica Lange, Penélope Cruz, Jeff Bridges e John Goodman.
“The Man Who Fell to Earth”, 1976, dirigido por Nicolas Roeg. Estrelado por David Bowie, interpretando um alienígena preso na Terra, após a queda de sua nave. A capa do disco “Station to Station” é uma foto feita durante as filmagens. Os gravações do LP e do filme correram praticamente em paralelo e durante o período mais intenso do vício de Bowie em cocaína, que diz por isso não se lembrar de praticamente nada.
“This is Spinal Tap”, 1984,: falso documentário sobre uma banda fictícia (ou seja: filme pioneiro de um gênero que só há poucos anos passou a ser mais explorado) dirigido por Rob Reiner. O filme satiriza o comportamento e as ambições musicais das bandas de hard rock e heavy metal da época – incluindo aí os ridículos excessos pirotécnicos dos shows. Os três principais membros do Spinal Tap — David St. Hubbins, Derek Smalls e Nigel Tufnel — são representados pelos atores Michael McKean, Harry Shearer e Christopher Guest, respectivamente. Os três atores de fato tocam os instrumentos e cantam durante o filme. Robert Plant, Dee Snider, Ozzy Osbourne: todos esses já relataram que, como os Spinal Tap, já se perderam nos bastidores procurando o caminho do palco.Tom Waits disse ter chorado de rir ao ver o filme e Eddie Van Halen afirmou que, da primeira vez que viu o filme todos na sala riram, enquanto ele não viu graça nenhuma - "Tudo neste filme já aconteceu comigo", disse. Quando George Lynch, do Dokken, viu o filme, exclamou "somos nós, como eles fazem um filme sobre nós?”. A banda nasceu num quadro humorístico da TV ABC em 1979. A discografia consiste em 3 álbuns de verdade (um deles a trilha-sonora do filme, os outros de 1992 e 2009) e 46 álbuns fictícios (12 de estúdio, 2 ao vivo, 2 coletâneas, 7 bootlegs, 4 álbuns solo e 19 singles – tudo lançando entre 1967 e 1983).
“Paixão Selvagem / Je t´aime, moi non plus”, 1976, escrito e dirigido por Serge Gainsbourg, com Jane Birkin, Joe Dallesandro e Hughes Quester.
“Os Gigolôs / The Gigolos”, 2005. Primeiro longo do diretor de “Cuckoo” , Richard Blackwellproduziu, dirigiu e operou a câmera principal desta história sobre um veterano gigolô que treina um jovem como seu “suplente”, mas que termina por tornar-se seu rival. A clássica canção “Just a gigolo / ain´t got nobody”, de 1931, foi a primeira inspiração para o filme.
“Corrida Contra o Destino / Vanishing Point “, 1971, roteiro de Guilhermo Cabrera Infante (o célebre romancista cubano) e Malcolm Hart, dirigido por Richard C. Sarafian, com Barry Newman, Cleavon Little, Gilda Texter e Dean Jagger. Trilha sonora fenomenal, que popularizou a canção "Freedom of Expression" do The J.B. Pickers – usada para tema do Globo Repórter. Tão bom ou melhor do que “Sem Destino / Easy Rider”.
“Febre da Selva / Jungle Fever”, 1991, produzido, escrito e dirigido por Spike Lee, com trilha original de Stevie Wonder. Com Samuel L. Jackson, Lonette McKee, John Tuturro, Ossie Davis, Ruby Dee e Anthony Quinn.
“A Technicolor Dream”, 2008. Documentário de Stephen Gammond sobre a cena psicodélica dos anos 60 que teve seu apogeu no noite de 29 de abril de 1967, no Alexandra Palace. A história inicia nas marchas da Campanha Para o Desarmamento Nuclear no início da década, a fundação da London Free School e, a partir daí, parte para o International Times, o UFO Club e o Nothing Hill Festival. Entre os entrevistados estão Roger Waters, Nick Mason, John “Hoppy” Hopkins, Joe Boyd, Kevin Ayers, Barry Males, Phil May e outros.
“Love Her Madly”, 2003, escrito e produzido por Ray Manzarek e Rick Valentine, dirigido por Ray Manzarek, um dos fundadores da banda californiana The Doors. Ele e Jim Morrison se conheceram na faculdade de cinema.
“Zabriskie Point”, 1970, dirigido por Michelangelo Antonioni. Retrato da contracultura norta-americana dos anos 60 protagonizado por um casal que não tinha experiência prévia como atores: Mark Frechette e Daria Halprin. O filme foi alvo de censura, mas nenhuma maior do que a interna: o estúdio cortou várias cenas e modificou o final – que a princípio consistia num avião escrevendo com fumaça no céu a frase “fuck you, America”. O roteiro foi escrito por Antonioni e seus amigos Franco Rosseti, Sam Shepard, Tonino Guerra e Clare Peploe - esposa de Bertolucci. O filme integra a trilogia produzida por Carlo Ponti - os outros são "Blow Up" (1966) e "The Passenger" (1975). Pink Floyd, Jerry Garcia e Kaleidoscope compuseram especialmente para o filme e a trilha ainda inclui canções dos Youngbloods, Grateful Dead e Roy Orbison, entre outros.
“Paris is Burning”, 1990, premiadíssimo documentário de Jennie Livingston sobre a Ball Culture de Nova Iorque, uma cena underground protagonizada por gays negros e latinos envolvidos com moda, street dance, grafismo egípcio e ginástica olímpica. A diva pop Grace Jones bebeu nessa fonte para se reinventar, depois de seu breve debut na música disco.
“Quadrophenia”, 1979, dirigido por Franc Roddam, roteiro feito em parceria com Pete Townshend, Martin Stellman e Dave Humphries. Trilha sonora composta pelo The Who. No elenco, entre outros: Phil Daniels, Sting, Leslie Ash, Ray Winstone e Toyah Willcox.
“Honeydripper: do blues ao rock”, 2007, dirigido por John Sayles. A história se passa em 1950, no Alabama, e ilustra a transformação da música negra, abandonado certo tradicionalismo do blues e absorvendo elementos que resultariam no rock´n´roll. Com Charles S. Dutton, Eric Abrams, Gary Clark Jr., Yaya DaCosta, Daryl Edwards e Danny Glover, entre outros – exceto por Glover, todos os atores tocaram e cantaram pra valer durante as gravações.
“Os famosos e os duendes da morte”, 2010, roteiro de Ismir Filho e Ismael Caneppele inspirado no romance homônimo de Ismael, dirigido por Ismir Filho. Mr. Tamborine Man é um garoto de 16 anos que se apaixona por Jingle Jangle, e o casal acaba encontrado as respostas para suas dúvidas existenciais ao conhecerem um rapaz misterioso, parecido com Bob Dylan.
SOMOS TODOS LATINOS
“Maria llenas eres de Gracia”, 2005, escrito e dirigido por Joshua Marston. Sobre uma jovem colombiana de 17 anos que de torna “mula” do narcotráfico.
“A ilha da morte / El Cayo de la Muerte”, dirigido por Wolney Oliveira. Inspirado na história real de um grupo de cineastas amadores na Cuba dos anos 50.
“Figli Hijos”, 2005, escrito e dirigido por Marco Bechis.
“Branca de Neve / Blancanieves”, escrito e dirigido por Pablo Berger. Sul da Espanha, década de 20: Carmen está fugindo de sua madrasta má e acha refúgio junto a uma trupe itinerante de anões toureiros.
“Zona do Crime”, 2007, escrito e dirigido por Rodrigo Pla. Um thriller que parte de um latrocínio em um condomínio de luxo cercado por favelas na Cidade do México.
“Uma história de Amor e Fúria”, 2013, escrito e dirigido por Luiz Bolognesi. Animação épica para adultos que se passa em 4 momentos da história brasileira: colonização, império, ditadura militar e no ano de 2096, quando o mundo entra em guerra pela cada vez mais escassa água.
AS AVENTURAS DE ANTOINE DOINEL, ALTER EGO DE TRUFFAUT
Eu tenho o última filme da série, “O amor em Fuga / L´Amour en fuite” (1979), a galera me ajuda a conseguir os outros longas protagonizados por Jean-Pierre Léaud?
“Os Incompreendidos / Le 400 Coups” (1959) – o DVD costuma trazer o curta “Antoine e Colette” (1962), também parte dessa saga
“Beijos Proibidos / Baisers Volès” (1968)
“Domicílio Conjugal / Domicilie Conjugal” (1970)
Excelente artigo sobre essa série de obras-primas do meu diretor francês predileto: